Categoria: Recrutamento e Carreira

A Média na faculdade é importante no momento da contratação?

Será um curso superior, ou respetiva média, assim tão relevantes como parecem? Será a média na faculdade a chave para entrar no meu trabalho de sonho?

Índice

  1. Introdução
  2. Será que a média na faculdade é assim tão importante?
  3. Faz diferença em que escola estudei?
  4. Tenho uma média baixa, por onde posso começar?
  5. Quais as competências mais valorizadas entre empregadores?
  6. Conclusão

1. Introdução

A maioria de nós já vivenciou, ou vivencia, a pressão que as gerações mais “experientes” nos costumam impor na altura de decidir entre envergar um ramo profissional ou de prosseguir com os estudos.

Numa altura onde existe mais trabalho do que mão de obra em Portugal, com certeza existirão trabalhos onde pessoas com as devidas competências, mas sem um grau académico, serão candidatos ideais.

Podem ser várias as razões que influenciam uma dada empresa a justificar a necessidade de contratar trabalhadores, especialmente qualificados para desempenhar uma dada função.

Através deste artigo, iremos analisar os vários aspetos que poderão influenciar essa decisão. Será um curso superior, ou respetiva média, assim tão relevantes como parecem? Será a média na faculdade a chave para entrar no meu trabalho de sonho?

2. Será que a média na faculdade é assim tão importante?

Já tendo tido a oportunidade de analisar, como entrevistar possíveis futuros colegas, com o passar do tempo comecei a perceber que maioria das vezes a correlação entre um bom candidato e a sua média de faculdade nem sempre estão alinhados.

Numa perspetiva de screening, ou seja, no perceber quem fará ou não sentido no avançar para entrevista, a média poderá ser um diferenciador entre dois candidatos da mesma faculdade, por exemplo. Podes já assumir que a média da licenciatura é importante?

Na realidade este filtro pode resultar na escolha de um possível candidato com competências inferiores ao do rejeitado.

Um candidato com uma média superior poderá ser percepcionado como:

  • Focado em melhorar e em dar o seu melhor;
  • Mentalidade de crescimento e persistência;
  • Eventual indicativo de uma mentalidade aberta e apta a aprender tópicos novos;
  • Não se contenta com o mínimo;

Todavia, na prática poderá sinalizar:

  • Pouco ou quase nenhum conhecimento presente;
  • Muito bom na teoria mas nas prática não;
  • Poucas competências de comunicação;
  • Pouca ou nenhuma curiosidade, fazer o que é pedido é suficiente;

Como podemos verificar, na prática, a média na faculdade pouco diz sobre uma pessoa, apenas nos dá uma pequena pista para uma eventual decepção.

Onde empresas como Amazon, Google, e Netflix já mostraram que o sucesso vai para além de uma média ou licenciatura definida num currículo, aos poucos começamos a ver essa mesma abertura no mercado português. Se a média importa na faculdade, o que explica então o sucesso destas empresas?

Se a empresa para onde te estás a candidatar transparece que te desvaloriza só pela tua média ou falta de grau académico, aí tens um indicativo que talvez estejas a procurar no lugar errado!

3. Faz diferença em que escola estudei?

Resumidamente, para algumas empresas sim, para outras não. Existem inúmeras empresas onde a média, ou faculdade, não são prioridades. Uma grande prova são as empresas de Consultoria & Outsourcing IT, que detém uma significativa fatia do mercado.

Com certeza que empresas que contratam em massa e onde o acesso poderá ser ligeiramente mais facilitado, poderão refletir em alguma desvantagens como:

  • Elevada rotatividade, levando a uma troca constante de procedimentos e formas de trabalhar;
  • Nem sempre mais quantidade é sinónimo de mais qualidade;
  • A dimensão da empresa tende a refletir a dificuldade na tomada de decisões rápidas;
  • Possível falta de controlo do fluxo de trabalho, levando a uma má gestão constante entre projetos e colaboradores.

Lê mais sobre este tema no nosso Guia completo para não seres enganado pelas consultoras IT em Portugal.

Todavia, outras empresas já valorizam mais candidatos provenientes de um grupo de faculdades específica, possíveis razões como:

  • Existência de um preconceito para com o método de ensino nas faculdades fora desse grupo selecionado;
  • Preferência do nível de exigência de formação colocada aos estudantes, saindo com um mindset orientado ao que a empresa procura;
  • Receio de expandir horizontes para além do que é transparecido através dos atuais colaboradores;
  • Entre outros;

Das várias pessoas com quem tive o privilégio de trabalhar e de entrevistar, pude apurar que o talento está disperso entre várias faculdades de norte a sul. Por vezes, onde menos procurávamos, era onde os melhores achados se encontravam.

Cálculo da Média

4. Tenho uma média baixa, por onde posso começar?

Talvez começar numa Google, Amazon, ou Microsoft seja um bocado assustador, principalmente para aqueles que ainda não se sentem confiantes das suas competências, ou por sua vez, com a média/experiência adquirida na faculdade.

Existem vários caminhos que podemos optar, que são igualmente válidos, onde o salto não será tão grande, contudo mais seguro.

Estágios poderão ser uma dessas opções. Cada vez mais, o estágio remunerado é uma opção que os nossos estudantes procuram numa primeira instância. Dar-te-á a possibilidade de te provares como profissional, e aos poucos fazer-te-á ganhar a experiência que procuras e te levar onde queres - independentemente da tua média na faculdade.

Numa altura onde ferramentas como o Teamlyzer e LinkedIn nos ajudam a filtrar o que pretendemos nesta imensidão de ofertas, nunca foi tão fácil encontrar algo do nosso agrado.

Através do artigo “Como entrar no mercado de TI sem ter qualquer experiência?”, poderás encontrar um guia mais pormenorizado de como te podes candidatar a esses mesmos estágios, ou quem sabe, dar o próximo passo para algo mais a longo prazo.

5. Quais as competências mais valorizadas entre empregadores?

Com o passar do tempo, irás perceber que as competências mais valorizadas tendem a refletir os valores da própria empresa. Contudo, estes valores tendem a ser construídos com base em outros valores, normalmente comuns em empresas bem sucedidas.

Numa entrevista de emprego de sucesso, quando há procura de um bom candidato, estas costumam ser as competências que te fazem mais brilhar:

Curiosidade → Alguém que seja genuinamente curioso, tem uma forte iniciativa para descobrir, saber mais e aprender novos temas. Indiretamente é uma característica humana que nos leva a explorar, a procurar respostas a novas perguntas. É a fonte das novas descobertas, inovações e avanços científicos.

Honestidade → O primeiro passo a seguir na nossa carreira é admitir quando não sabemos. Tal ação destaca uma abertura em aprender e expandir os nossos conhecimentos, como reconhecer as nossas próprias limitações.

Compromisso → Quando aceitamos uma oferta de trabalho, não estamos só a aceitar os termos salariais do nosso contrato, mas também a missão que iremos levar a cabo no nosso dia a dia.

Adaptabilidade → Numa era de constante evolução, o que é hoje novidade, rapidamente passa à história. Velocidade de aprendizagem, flexibilidade são competências muito valorizadas.

Comunicação → Projetos complexos requerem uma competência de comunicação entre membros de equipa elevada. Clareza e eficácia são a chave para o sucesso de qualquer projeto. Muitas das vezes um projeto destaca-se pela qualidade de comunicação dos seus membros.

Colaboração → Trabalhar em equipa, colaborar coletivamente em tarefas e alcançar metas de equipa é fundamental. Quando um candidato demonstra uma relação muito isolada para com o seus membros, sejam atuais colegas de projeto de faculdade ou trabalho, automaticamente existe um risco nesta contratação.

A não esquecer que um bom empregador, não estará à espera de um aluno que saiba todas as respostas a todas as perguntas, que não tenha questões, ou que simplesmente não precise de ninguém para fazer as suas tarefas. Quando um empregador abre uma vaga para um júnior, indiretamente está a disponibilizar uma vaga de formação.

6. Conclusão

A média na faculdade é importante no momento da contratação? Infelizmente não existe uma única resposta que se enquadre com todas as empresas às quais nos podemos candidatar.

Terá que existir previamente um trabalho de investigação que nos irá identificar quais os valores de uma dada empresa, e então sim moldar de certa forma a nossa entrevista à mesma. Contudo a não esquecer, sê tu mesmo, caso contrário não estarás só a enganar a empresa como também a ti próprio.

Cada empresa dará um nível de importância diferente a cada uma das competências destacadas acima. Cabe-te agora, evidenciar os teus pontos fortes, e de forma honesta trabalhar os fracos.

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