10 empresas portuguesas de TI que fecharam em 2021
Quinta edição onde compilamos quais as empresas portuguesas de tecnologia que em 2021 fecharam portas.
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Pelo quinto ano consecutivo fizemos uma compilação das empresas de tecnologia mais conhecidas que fecharam em 2021 em Portugal. Achamos que é importante continuar a fazer este trabalho porque mais ninguém o faz.
Fornecedor de serviços de infra-estrutura e plataforma cloud fundada em 2011. Foi criada por António Ferreira, que fundou a Esotérica, a Amen e também a Lunacloud. Esta última terá sido adquirida pela Claranet, empresa da qual é hoje o director geral para a península ibérica e américa latina.
A Lunacloud terá sido absorvida pela Claranet e foi liquidada em 2021.
Fundada em 2016, como qualquer negócio na área do turismo, esta aplicação que permite comprar e oferecer horas de voo, foi fortemente afectada pela pandemia. Veio por isso a declarar insolvência em Julho de 2021.
Um dos co-founders faz parte da nova equipa da Lightshift, sendo que esta empresa lançou um fundo sediado nas Ilhas Caimão para investir 26 milhões de euros em startups de blockchain.
A equipa de founders era norte-americana, mas havia pessoas de desenvolvimento cá em Portugal. Chegou a receber $1.5M em 2019. A Verbz permitia trabalhar a partir do smartphone, privilegiando a voz relativamente à escrita. Algumas das suas funcionalidades incluíam delegar tarefas verbalmente, compartilhar notas de reuniões e colaborar com a restante equipa.
Incubada em 2019 pela Startup Lisboa, esta parecia uma ideia promissora considerando a mobilidade que o trabalho remoto veio proporcionar. Apesar disso, a startup fechou portas em Julho de 2021.
Fundada em 2016, a Bityond era uma plataforma de recrutamento assente em blockchain. Ganhou grande notoriedade nos media por ter feito a primeira ICO (initial coin offering) em Portugal e também por ser um projecto do Pedro Febrero, um dos grandes especialistas portugueses de crypto.
Devido a algumas limitações, teve diversos problemas, como falta de features chave, usabilidade demasiado complexa e tecnologia obsoleta. Em 2020 foi feita uma tentativa de relançamento mas ainda assim não foi suficiente para a startup conseguir sobreviver até aos dias de hoje.
Biotech fundada em 2013 e focada no desenvolvimento de dispositivos de diagnóstico molecular para serem usados em sectores como a medicina, a medicina veterinária e a indústria alimentar. Entre 2013 e 2016 angariou $1.8M em fundos privados.
Apesar disso, os custos elevados da tecnologia envolvida terão provavelmente sido a causa da startup ter encerrado a sua actividade em 2021.
Empresa de Viseu que fornecia caneleiras personalizadas através de um scanner 3D a jogadores de grandes clubes de futebol. Tais como o Manchester, a Juventus ou o Bayern. Fundada em 2012, chegou a receber +2M€ em investimento, e em 2019 fez uma profunda reestruturação, com vista a chegar ao break even em 2020.
Durante a pandemia ainda tentaram junto de fundos de investimento recapitalizar-se mas estes recusaram injectar mais capital. Avançou para a liquidação para tentar saldar uma dívida de mais 600 mil euros sendo que apenas tinha 11 mil euros em activos.
A Mezu tinha como principal objetivo permitir às pessoas enviar e receber dinheiro sem a necessidade de partilhar dados pessoais, de forma a proteger a privacidade dos utilizadores. Foi lançada em 2018 suportada por uma ronda de investimento de $10M mas não conseguiu competir com os grandes players do mercado, como por exemplo o PayPal.
Dias depois de encerrar, os mesmos fundadores lançaram a Alviere. Esta empresa também tem o desenvolvimento em Portugal e foi para onde transitaram os funcionários da Mezu.
Startup criada em 2016, recebeu mais 100k de investimento, ganhou diversos prémios, tendo chegado mesmo às rondas finais do Y Combinator. Tinham como objectivo desenvolver tecnologia que permitisse ao consumidor seguir a origem e o percurso dos alimentos que consome. Nesse mesmo ano lançou a Muuu, uma plataforma que analisava todas as actividades pecuárias relacionadas com os animais consumidos pela população, desde alimentação, tratamentos, compras e vendas.
Apesar de a origem dos alimentos ser uma preocupação cada vez maior por parte dos consumidores, a Faarm não conseguiu vingar no mercado e entrou em processo de dissolução e liquidação em Maio de 2021.
Startup que desenvolvia um software baseado em inteligência artificial que ajudava a simplificar e a tornar mais rápida a análise de e-mails. Desta forma a sua gestão seria mais eficiente. Foi fundada em 2018 por três jovens recém-formados depois de receberem um financiamento da Google através da iniciativa Google Digital News no valor de 50 mil euros.
A Plicca infelizmente não chegou a 2022, fechando portas em Novembro de 2021.
Plataforma que permitia a divulgação de conteúdos por subscritores via newsletter de acordo com o tópico, o autor ou outras categorias de interesse. A Followistic nasceu através da Seegno, um pequeno estúdio de Braga que tem vários side projects principalmente relacionados com a web3. Fundada em 2019, a empresa fechou oficialmente em Setembro de 2021.
Esta startup é um caso especial e diferente das outras. A Findster, que desenvolvia um pet tracker, fez uma transição em 2021 passando de Findster para Maven, ao mesmo tempo que fez um pivot do seu produto e modelo de negócio. Conseguiu também mais investimento para alavancar esta mudança.
No entanto, também tinha angariado algum capital através de campanhas de crowdfunding. Na Indiegogo e no Reddit tem gerado alguma controvérsia, havendo relatos como “I want to apply for a refund. This is not the product I ordered” ou “I am not interested in the new model. Please refund me or deliver the model that I have bought”.
Também este é um caso um pouco diferente. Já estava sinalizada desde o ano passado e porque a empresa ainda se encontra formalmente activa até à data. A Lapa desenvolveu um localizador físico para resolver o problema dos perdidos e achados. Chegou a angariar no Indiegogo cerca de meio milhão de euros e a receber investimento de dois Shark Tankers, o João Rafael Koehler e Tim Vieira. Estes dois tubarões compraram 35% do capital da start-up por 350 mil euros, o que significa que avaliaram a startup em 1 milhão de euros.
O dispositivo não se encontrava operacional há mais de um ano e os relatos de que dispunhamos indicavam que "Unfortunately it looks like the company did not survive covid and has disappeared", mas recentemente anunciaram que em 2021 descontinuaram o produto e reformularam a estratégia da empresa focando-se noutros objectivos, estando de volta ao ativo.
Balanço de 2021
O ano de 2021 confirmou uma tendência positiva, ainda que relativamente nova, no panorama do ecossistema português de startups. Passamos a ter diversos estrangeiros a mudarem-se para Portugal nos últimos anos e a fundarem cá as suas empresas. Ou pelo menos a terem a sua equipa de desenvolvimento estabelecida em Portugal.
São já vários os casos, e naturalmente, parte deles falham como foi a Verbz, Skyhour e Mezu.