Categoria: Recrutamento e Carreira

O salário emocional não substitui a remuneração justa no mercado tech

Salário justo é essencial na tech. Benefícios não substituem remuneração adequada. Impacto na satisfação, produtividade e retenção de talentos.

Ofertas pouco claras, requisitos que apelam a um perfil júnior com experiência de um sénior, omissão do intervalo de valores da remuneração… Portugal caminha para o desenvolvimento e avanço tecnológico aos olhos do mundo sem valorizar, primeiro, os seus recursos de forma a captar e reter talento.

À medida a que as ofertas de emprego no setor tecnológico tendem a aumentar, os salários – por sua vez – não acompanham esta progressão. Muitas empresas estão, aos poucos, a substituir a remuneração fixa monetária por incentivos como café e fruta gratuitos, team buildings, garantia de integração em equipas jovens e dinâmicas (seja lá o que isso for), seguro médico, flexibilidade horária, entre outros.

O Que é o salário emocional?

O salário emocional refere-se a benefícios e condições de trabalho que visam melhorar o bem-estar e a satisfação dos funcionários, como:

  • Café e fruta gratuitos
  • Team buildings
  • Flexibilidade horária
  • Ambientes de trabalho descontraídos

Embora esses fatores contribuam para um bom ambiente de trabalho, não substituem a necessidade de uma remuneração adequada.

A verdade é que o supermercado não vai aceitar bom ambiente de trabalho como método de pagamento, a companhia da luz e do gás surpreender-se-á se lhe propuser pagar a fatura com o café e a fruta lá do escritório e o banco – oh, o banco! – provavelmente ligará ao instituto psiquiátrico mais próximo se sugerir que, em vez de depósito em dinheiro para pagar a prestação da casa, faça depósitos na conta de fotografias do seu último team building.

Estes incentivos, apesar de positivos, correspondem àquilo a que um candidato cataloga como good to have ou, em bom português, um bónus adicional, continuando a remuneração fixa e a possibilidade de progressão na carreira a ser primordial na consideração de uma oferta de emprego em função de outra.

Quantas vezes já leu, num anúncio, que poderá trabalhar com liberdade horária? Várias vezes, com certeza, e a sua reação foi de entusiasmo, afinal… quem é que não gosta de definir as horas em que trabalha para conciliar a vida profissional com a pessoal e garantir que, no período laboral escolhido, pode assim ser mais produtivo?

No entanto, a empresa está a pedir-lhe que seja flexível ou a oferecer-lhe flexibilidade horária?

É de conhecimento comum que, em Portugal, os salários não acompanham a evolução dos outros países da Europa, da mesma forma que, todos sabemos, existe uma necessidade crescente de contratação de recém-formados e especialistas no setor das tecnologias de informação (IT).

Alguns dos setores que são publicamente declarados promissores pela sua probabilidade de crescimento e progressão nacional e internacional são as tecnologias de informação (IT), segurança – online e offline -, proteção e desenvolvimento de soluções ambientais e energéticas, medicina/farmácia e desenvolvimento da comunicação para aplicação em inteligência artificial.

No mercado de tecnologia em Portugal, o conceito de salário emocional, que inclui benefícios como café gratuito e flexibilidade horária, tem ganho destaque. No entanto, este tipo de compensação não deve substituir uma remuneração justa e adequada. Neste artigo, exploramos a importância da remuneração fixa e como o salário emocional pode ser insuficiente.

Impactos da falta de remuneração adequada

Quando as empresas se focam sobretudo no salário emocional e não uma remuneração justa, os profissionais podem ser forçados a aceitar salários base baixos.

Os candidatos devem avaliar cuidadosamente as ofertas de emprego e negociar uma remuneração que reflicta o valor real que trazem para a empresa. O salário emocional é um complemento, mas não deve substituir uma compensação financeira justa.

O Futuro da Remuneração em Tecnologia

À medida que o mercado de tecnologia evolui, é crucial que os profissionais e empresas reconheçam a importância da remuneração justa. Embora o salário emocional possa melhorar a satisfação no trabalho, ele não deve ser visto como uma compensação completa ou que se sobrepõe ao salário base.

Para quem está à procura de novas oportunidades no setor tecnológico, é fundamental considerar a remuneração financeira como prioridade. Não se deixem apenas seduzir pelos benefícios emocionais oferecidos.

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