Categoria: Entrevistas

CI&T: A multinacional que chegou a Portugal e está a ensinar programação à nova geração

A CI&T Portugal levou a Hora do Código a uma escola primária. Saiba como 24 crianças descobriram a programação através de jogos como Flappy Bird e Minecraft.

A CI&T, empresa multinacional com origem no Brasil, celebra este ano o seu trigésimo aniversário. Com mais de 7.400 colaboradores distribuídos por 25 países, é especialista em transformação digital. O nome da empresa reflete os seus três pilares fundamentais - Colaborar, Inovar e Transformar - valores que fazem parte do dia a dia da organização e que se traduzem num ambiente de trabalho dinâmico, colaborativo e inclusivo.

O escritório da CI&T em Portugal, inaugurado em 2020, conta atualmente com cerca de 70 profissionais e encontra-se em plena fase de crescimento. Com esta expansão, a CI&T Portugal oferece um conjunto diversificado de oportunidades de carreira e desenvolvimento profissional, apostando fortemente no talento local.

Reconhecida pela Forrester como líder em Serviços de Desenvolvimento de Aplicações Modernas, a multinacional alia a excelência humana ao poder da Inteligência Artificial, criando soluções tecnológicas escaláveis de referência mundial para clientes em vários sectores. O seu posicionamento central, "Navigate Change", traduz o compromisso da empresa em ajudar outras organizações a navegar nas complexidades do mundo digital, sempre com uma visão estratégica e inovadora.

Com uma ampla oferta de serviços que vão desde o desenvolvimento de produtos e plataformas digitais até soluções de dados, IA e machine learning, a CI&T desenvolveu um sistema de gestão de IA próprio, denominado CI&T FLOW - uma ferramenta que acelera a produtividade das equipas de desenvolvimento. Como descreve a própria empresa: "Parece magia, mas é apenas matemática muito, muito bem feita."

O compromisso da CI&T com a sustentabilidade e a responsabilidade social é igualmente visível nas suas fortes iniciativas ESG (Environmental, Social and Governance). Estes princípios estão integrados na cultura da organização, com o objetivo de gerar um impacto positivo nos negócios, na sociedade e no ambiente. A CI&T tem sido reconhecida consecutivamente como um Great Place to Work há 17 anos, um testemunho do seu empenho em proporcionar um ambiente de trabalho excecional.

Para além da sua vertente tecnológica, a empresa destaca-se também pelas suas políticas de diversidade e inclusão. Em outubro de 2025, pela primeira vez, a equipa de Lisboa organizou sessões da Hora do Código - uma iniciativa global que introduz crianças e jovens ao mundo da programação através de atividades práticas. Participaram 24 alunos, num formato de mentoria presencial, onde algumas horas bastaram para despertar o interesse e a curiosidade dos participantes. Esta ação reflete o propósito da CI&T: investir no futuro da próxima geração de talentos e promover a colaboração dentro da comunidade.

Conversámos com Eunice Lavrador, Office Manager & Executive Partner EMEA na CI&T, que esteve envolvida na organização da iniciativa e partilhou connosco a importância de aproximar o conhecimento tecnológico das novas gerações.

1. Como é que descobriram os 24 jovens que participaram na Hora do Código?

A seleção da turma que participou na Hora do Código foi realizada após consulta a várias escolas. Considerando a infraestrutura necessária, como computadores, uma rede Wi-Fi estável e a disponibilidade das instituições, decidimos iniciar o projeto numa escola que já dispunha desses requisitos. Escolhemos uma turma de 4º ano, com 24 alunos na faixa etária de 9 a 10 anos, o que nos permitiu apresentar uma programação de jogos que fosse adequada e envolvente para essa faixa etária.

2. Foi a primeira vez que o escritório de Lisboa organizou a Hora do Código. O que vos motivou a avançar este ano?

Sim, esta foi a primeira vez que a CI&T Portugal organizou a Hora do Código. Esta iniciativa já havia sido considerada no passado, e tivemos o prazer de finalmente concretizá-la este ano. O programa é uma prática bem-sucedida da CI&T no Brasil, onde tem sido realizada há vários anos. Motivados por esse sucesso, decidimos dar início a essa ação em Portugal em 2025, com o objetivo de envolver e inspirar a comunidade local na área de tecnologia.

3. Qual foi a reacção da equipa quando surgiu a ideia de fazer as sessões? Houve adesão imediata?

Quando a iniciativa foi divulgada, a reação da equipa foi extremamente positiva, resultando numa adesão imediata, contando inclusive com a presença de colegas que moram bastante longe da área de Lisboa. Este programa tem um significado especial para a CI&T, não apenas porque alguns colegas já haviam participado da Hora do Código no Brasil, mas também pela oportunidade de implementar essa ação em Portugal. O entusiasmo demonstrado pela equipa reflete nosso compromisso com a educação e o desenvolvimento de habilidades na área de tecnologia.

4. Que tipo de actividades é que prepararam para as sessões?

Iniciámos as sessões com uma breve apresentação sobre a CI&T, destacando o que fazemos, a nossa presença global e o propósito da nossa visita à turma. Para as atividades práticas, preparamos a programação de dois jogos: Flappy Bird e Minecraft. Essas escolhas foram feitas para garantir que os alunos tivessem uma experiência interativa e envolvente, permitindo-lhes explorar conceitos de programação de forma divertida.

5. Houve algum momento específico durante as sessões que vos marcou particularmente?

Com certeza que sim, definitivamente houve momentos marcantes durante as sessões. A turma destacou-se pela disciplina e atenção, fazendo perguntas muito interessantes. No entanto, o que realmente nos deixou com uma sensação de dever cumprido foi quando alguns alunos expressaram, no final, o desejo de se tornarem programadores e perguntaram se poderiam trabalhar na CI&T. Esse tipo de feedback é extremamente gratificante e reforça a importância do nosso papel na formação da próxima geração de profissionais de tecnologia.

6. Para quem trabalha todos os dias com tecnologia avançada, o que é que aprendem ao ensinar o básico a quem está a começar?

Para nós, é uma oportunidade de revisitar os fundamentos e relembrar o impacto que a programação e a tecnologia podem ter na vida das crianças. Além disso, ao interagir com os alunos, aprendemos a importância de adaptar nossa linguagem para torná-las acessíveis e compreensíveis. Essa experiência também nos permite perceber a curiosidade e a criatividade dos alunos, que muitas vezes trazem novas perspectivas e ideias. Mas o melhor de tudo é que além de nos sentirmos motivados, podemos ver o entusiasmo dos alunos em aprender e explorar o mundo da tecnologia.

7. Como é que imaginam o percurso destes 24 jovens daqui a dez anos?

Bom, independentemente do caminho que escolherem, o mais importante é que tenhamos deixado neles, o "bichinho da tecnologia" bem como a confiança para explorar novas possibilidades. A nossa esperança é que esta experiência os inspire para uma aprendizagem e resolução de problemas, capacitando-os a ser agentes de mudança nas suas comunidades e no mundo. Quem sabe se daqui a 10 anos, não serão eles a liderar a Hora do Código em Portugal, e a relatarem a sua experiência?

8. Já há planos para repetir em 2026? Vão manter o mesmo formato?

Temos um plano (ambicioso) de repetirmos esta iniciativa em 2026. A nossa intenção é realizar duas ações ao longo do ano: uma em março ou abril e outra em outubro. No entanto, a concretização desses eventos irá depender do calendário escolar e das atividades já programadas nas escolas.

Partilhar este artigo

Faz a review da tua empresa

Partilha como é o teu (ex) empregador. É anónimo e leva 3 minutos!