Categoria: Entrevistas

10 anos, 3 países: Conhece a história por trás do Tech Hub da mgm no Porto

De Praga ao Porto: 10 anos, 3 países e uma história de crescimento na mgm. Descobre como nasceu o Tech Hub do Porto e o que o torna único.

A mgm technology partners é uma empresa internacional de software com mais de 30 anos de história e 1000 colaboradores em 19 localizações. É conhecida por desenvolver soluções empresariais robustas e escaláveis para setores exigentes como comércio, seguros e o sector público.

A empresa utiliza uma abordagem de engenharia orientada a modelos (Model-Driven Software Engineering - MDSE), onde as representações abstratas são a base para gerar ou guiar o desenvolvimento do software. Apoia-se ainda na sua plataforma própria A12, uma ferramenta Enterprise Low Code que acelera e integra a criação de aplicações empresariais complexas.

A tecnológica estabeleceu o seu Tech Hub português no Porto no outono de 2022, localizado na emblemática Avenida dos Aliados, focado no desenvolvimento de software, backend e frontend, DevOps e engenharia de sistemas para projetos internacionais.

Uma peça fundamental na fase inicial e no crescimento deste escritório em Portugal é David Saraiva, um Programador Sénior na mgm. Com quase uma década na empresa, o seu percurso levou-o de Praga ao Vietname, e finalmente ao Porto, onde contribuiu ativamente para a criação e crescimento da equipa local.

Conversámos com o David sobre a sua experiência multicultural, o seu crescimento na mgm e como é fazer parte do Tech Hub do Porto.

1. David, olhando para o início do teu percurso na mgm há 10 anos. O que te atraiu na cultura ou nos projetos da empresa em Praga e te fez apostar na mgm para a tua carreira?

Desde o contacto inicial, durante uma job fair e no decorrer das entrevistas, apercebi-me que a mgm era uma empresa que se destaca das demais. Durante o processo de entrevistas, ao mesmo tempo que estava a ser avaliado, os futuros colegas iam-me ensinando, o que me fez acreditar que a mgm seria um bom lugar para aprender e criar novas competências. Fizemos grande parte da primeira entrevista de pé, à frente de um quadro branco sem computador.

No último passo do processo de recrutamento, foi organizado um almoço em que participaram elementos da empresa e eu próprio. Lembro-me que este teve impacto positivo em mim permitindo-me conhecer e dar-me a conhecer a mais colaboradores da empresa, num ambiente informal e descontraído.

Algo que também me atraiu bastante na mgm foi o ambiente multicultural e o facto de a língua oficial na empresa ser o inglês. Fator determinante para mim - um estrangeiro em Praga que nessa altura ainda não falava checo e que tinha colegas da Republica Checa, Macedónia, Eslováquia, Taiwan, Alemanha, entre outros.

Logo durante a primeira semana na empresa, houve um teambuilding em Praga que me proporcionou conhecer melhor a cidade, bem como os colegas da minha equipa. Foi realmente facilitador da minha integração na equipa de trabalho.

2. Trabalhaste em Praga, Vietname e Porto. Qual a principal aprendizagem, pessoal ou profissional, que retiraste desta experiência multicultural na mgm?

Tem sido fascinante experienciar este ambiente multicultural e é incrível como foi possível espalhar o espírito da mgm pelos diferentes escritórios e pelos diferentes países (e mais recentemente trazer esses valores para o Porto).

Apesar de não haver uma definição do que é o espírito da mgm e que cada colega o possa descrever de uma forma um pouco diferente, há determinados valores que são universais na mgm. O espírito de entreajuda sempre presente e a que dou muito valor; o proporcionar das melhores condições para realização do trabalho nas instalações da empresa, criando um ambiente atrativo para o trabalho a partir do escritório e em equipa.

Existe logo desde início o cuidado para que os colegas conhecam a mgm, quem somos, o que fazemos e porque o fazemos, com a realização de um evento chamado Hello-World, durante o qual conhecemos vários membros do board e nos falam sobre a empresa.

Tudo isto, promove uma verdadeira integração na empresa e o estabelecimento de laços. Não é por acaso que acabamos por ter grandes amigos entre os nossos colegas. E isto é algo que vi e vejo em todos os escritórios da mgm. Isso e o "vestir da camisola", com o sentimento de pertença a um projeto comum que construímos em conjunto.

3. Como descreverias a tua adaptação às diferentes dinâmicas de equipa e aos métodos de trabalho que encontraste em cada um desses escritórios da mgm?

Dado que o projeto que estou inserido como software developer é distribuído por vários países, as dinâmicas da equipa acabam por ser transversais, e a adaptação é mínima.

Penso que algo a salientar é a relação de confiança entre colaborador e empresa e isto, é também algo que me mantém na mgm. A transparência e honestidade vindas dos nossos co-CEOs (Hamarz Mehmanesh e Steffen Weber), dos project managers, project leads e colegas é algo que distingue a mgm.

4. Como foi a tua progressão interna e como sentiste o apoio da mgm no teu desenvolvimento técnico ao longo da tua carreira na empresa?

Pelo facto de haver uma tendência (positiva!) de as pessoas ficarem na mgm por muitos anos, 5, 10, 15, 20, 25 anos, resulta que no projeto podemos contar com colegas com muita experiência, o que dá a oportunidade de o colaborador aprender sempre e para além do que ambicionara à partida.

Algo que teve um impacto muito positivo em mim, especialmente no início, foi o facto de o código criado ser sempre revisto por um ou mais colegas. Estes momentos de revisão são também excelentes oportunidades de aprendizagem. 10 anos depois, estamos sempre a aprender, sempre a adaptar e para mim que isto é o que qualquer software developer tem de fazer.

No escritório do Porto, as minhas responsabilidades passaram a ser também de gestão, e participei e participo ativamente nas atividades de recrutamento.

Este foi um desafio proposto pela mgm e que aceitei com determinação. Abracei assim novas áreas de trabalho e onde tive oportunidade de ter formações, reuniões com um "coach" e de manter o contacto regular com colegas em posições similares, bem como com um dos nossos Managing Directors. Estou muito grato à mgm pela confiança e oportunidade concedidas.

5. Que tipo de projetos e desafios técnicos podem esperar outros developers ao trabalhar no Hub do Porto?

No Porto temos vários projetos e vários cargos dentro do projeto. Temos colegas a trabalhar em aplicações web, uns em Java e com uma stack que combina varias tecnologias, tais como Hazelcast, Hibernate, Quartz, Apache Dubbo, Docker, Guice, Apache Wicket, entre outros, outros em Kotlin com recurso a Ktor, utilizando também Vue 3, Expose e Azure, outros trabalham na nossa platforma low code A12, utilizando A12 client, Typescript, React, Redux, entre outros.

Temos também colegas ligados a módulos do projeto da mgm que gere o site de finanças Alemão. Temos também colegas mais ligados a DevOps e que no dia-a-dia utilizam Jenkins, Kubernetes, Helm.

Atualmente, estamos também a trazer para o Porto um projeto na área dos seguros, que faz parte da mgm.

Antes de falar em termos de desafios técnicos, penso que convém destacar que um bom projeto para a mgm é aquele que vai para produção e que o cliente está satisfeito e conseguimos manter uma relação de vários anos - esse é o principal requerimento para um bom projeto, e se se tornar atrativo financeiramente, melhor.

Isto traduz-se em termos práticos que os nossos projetos tendem a durar muitos anos - 5, 10, 15, 20 e mais anos…

O que traz desafios técnicos a vários níveis, seja na complexidade de adaptar a plataforma às tecnologias e standards atuais, tal como prepará-la para o futuro. A nossa code base, também é extensa e portanto bastante modularizada. Temos que ser rigorosos como mantemos e criamos novo código. Ao mesmo tempo, temos que trazer novas "features" para os clientes e trabalhar em conjunto na evolução dos projetos, muitas vezes sugerindo alterações ao projeto atual.

No projeto no qual estou inserido, tivemos um concurso interno financiado pela mgm para apresentar ideias de inovação e os nossos developers corresponderam e acabámos por trazer essas ideias e features até aos nossos clientes.

6. Como é o dia-a-dia de uma equipa de desenvolvimento no Hub da mgm no Porto, particularmente na colaboração com colegas e projetos de outras geografias?

Dependente do projeto, há colegas que começam o dia como uma daily, onde revêm o status atual do projeto com a equipa. No meu projeto é um pouco diferente e não temos dailies, contudo, estou em contacto diário online com colegas developers de Praga, da Alemanha e Vietnam e temos meetings de 3 em 3 dias. No Porto, de forma geral, temos mais que uma pessoa a trabalhar em cada módulo, dentro de um projeto, e o trabalho em equipa e o espírito de entreajuda existem e são incentivados.

Cada developer tem um ou mais tickets/requisitos para desenvolver. Estes estão sempre em inglês. Não se espera que falem alemão, mas oferecemos aulas de alemão para quem quiser.

Depois do código ser revisto pelo technical lead, todo o código é testado pela nossa equipa de Quality Assurance - a qual também tem elementos aqui no Porto no projeto onde estou. O facto de a língua oficial dentro da mgm ser o inglês e ser um requisito durante o recrutamento, faz com que colaborar com colegas de outras localizações seja bastante fácil e natural.

7. De que forma a mgm Porto incentiva a aprendizagem contínua e o desenvolvimento de novas competências nos seus programadores?

Dado que o sucesso de um colaborador representa o sucesso da empresa, temos dentro da mgm uma equipa responsável pelos trainings e uma plataforma de e-learning.

Anualmente, os trainings/cursos que o programador fez e que quer vir a fazer são revistos durante a sua revisão anual. Nessa revisão são também traçadas em com o colaborador, as metas para o ano(s) seguinte (s) e de como a mgm o pode apoiar.

A mgm apoia a ida a conferências e temos marcado presença nos últimos 3 anos na Porto Tech Hub, realizada aqui no Porto.

Criámos um evento mensal/trimestral aqui no Porto chamado "Friday tech fun" no qual partilhamos projetos pessoais que estamos a desenvolver, projetos que fizemos para a Universidade ou tarefas que tivemos no projeto.

Ao nível global da empresa, participamos online num evento denominado TechFriday, onde também são abordados vários tópicos ligados aos diferentes projetos ou a novas tecnologias.

No percurso na mgm, os colaboradores tendem a aumentar o seu leque de responsabilidades dentro do projeto e/ou subsidiária. Temos colegas que crescem para project leads, project managers ou como foi no meu caso, para apoiar a criação do escritório do Porto.

8. Neste momento, qual é o aspecto mais estimulante ou recompensador de fazeres parte da equipa da mgm no Porto? Existe algo que consideres diferenciador?

Tivemos muita sorte com os colaboradores que recrutámos e temos uma equipa fantástica no Porto. Trata-se de um escritório recente, com uma equipa jovem, existe muita energia, vontade e ideias. E algumas dessas ideias contribuíram para melhorar o projeto e até a nossa dinâmica de trabalho.

O facto de estarmos a criar algo de raiz, aqui no Porto, com base nos valores intrínsecos da mgm, é uma experiência única e estou extremamente contente com o que conseguimos criar nestes 3 anos e pela evolução dos nossos programadores.

Temos também recebido, vários colegas de outras localizações aqui no Porto, os quais ficam a trabalhar connosco, 1 semana, 2 semanas, 1 mês, 3 meses e o feedback deles também tem sido ótimo. Pessoalmente, considero que esta troca cultural é sempre muito estimulante e enriquecedora.

9. Que conselho principal darias a um profissional de IT que está a considerar juntar-se à vossa equipa?

Diria que corre o grande risco de ficar connosco por muito tempo, porque a mgm ao mesmo tempo que faz os seus colaboradores crescer profissionalmente, cuida também do seu bem estar, nomeadamente com benefícios, tais como seguro de saúde para o colaborador e familiares, apoio nos transportes, tarifário de telemóvel, entre outros, e ainda com teambuildings - eventos de equipa noutras localizações, hello-world em Munique, e atividades tais como padel, escape room, kartings, bowling, etc.

E claro, para além de proporcionar excelentes condições de trabalho num escritório confortável com uma área de repouso (por exemplo, para um power nap), comidas e bebidas e até uma sala de jogos com matraquilhos e playstation e com uma equipa que dá melhor de si aqui no Porto.

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