Blip "Beta": de trainee a developer em projetos para milhões de utilizadores
Programa Beta da Blip: a experiência real de uma trainee que se tornou Associate Software Engineer. Dicas e insights para aspirantes a developer.

A Blip, fundada no Porto em 2009, afirmou-se como um centro tecnológico essencial para a Flutter Entertainment plc, líder mundial no sector de apostas desportivas e jogos online. Com mais de 1.000 colaboradores em Portugal e com a meta de atingir 1300 até ao final de 2025, a empresa é um pólo de desenvolvimento de software e um importante empregador tecnológico.
Muitos profissionais de IT veem nos programas de trainees uma via fundamental para iniciar a sua carreira. Para desvendar como funciona o programa Beta (Blip Excellence Trainee Academy), e qual o impacto real na carreira de um developer, conversámos com Mariana Ascenso, Associate Software Engineer, que integrou a empresa através desta iniciativa em Junho de 2024.
1. Vamos começar pelo início. Em 2024, quando decidiste candidatar-te ao Beta, o que pesou mais na tua decisão?
Em 2024 estava a fechar um capítulo importante, o final da licenciatura. Depois de ter mudado de área e de ter investido numa reconversão de carreira, sabia que queria começar num lugar onde pudesse continuar a crescer, com contacto real com boas práticas e tecnologias recentes, mas, acima de tudo, com uma cultura com a qual me identificasse.
A Blip destacou-se por ser um ambiente aberto, onde a autenticidade é valorizada, e onde há espaço para diferentes perspectivas e pessoas com backgrounds diversos. Atraiu-me a ideia de fazer parte de uma comunidade que não está apenas focada nos resultados, mas também na colaboração e no crescimento conjunto. O BeTa surgiu, assim, como uma oportunidade completa, segura e estruturada para dar os primeiros passos.
2. Dos projectos em que trabalhaste durante o programa, qual te marcou mais e porquê?
Tecnicamente, é sempre óptimo quando temos a oportunidade de participar em projectos que estão a começar, por exemplo, contribuir para a migração de partes da nossa infraestrutura para AWS. Também colaborei em iniciativas importantes para a Flutter e num produto próprio que envolveu várias equipas. Essa dimensão colaborativa foi muito marcante: permitiu-me perceber como cada equipa contribui para um objectivo comum e como a comunicação e alinhamento fazem toda a diferença.
3. Houve algum momento durante a formação em que pensaste "isto vai ser mais difícil do que esperava"? Como ultrapassaste isso?
O processo de aprendizagem foi intenso, com um ritmo acelerado e muitos pontos de viragem. Cada tarefa trazia um novo desafio, e várias vezes pensei “não sei se consigo fazer isto”. Mas, aos poucos, as peças começaram a encaixar. De repente, começava a perceber o porquê de uma decisão técnica ou entendia melhor como é que as coisas estavam ligadas. O apoio dos colegas foi fundamental. Essa rede de suporte evitou que me sentisse isolada e ajudou-me a construir autoconfiança passo a passo.
4. Quando passaste para a equipa de produção, qual foi a maior diferença entre o que tinhas aprendido e a realidade do trabalho?
A maior diferença é o impacto real do trabalho. Durante o estágio, tudo acontece num ambiente mais controlado, pensado para a aprendizagem. Quando se passa para produção, percebe-se que cada decisão tem consequências: para as equipas de desenvolvimento, para o produto e, no fim, para os utilizadores. Torna-se ainda mais claro que, além das competências técnicas, é essencial saber comunicar bem, perceber o contexto do negócio e colaborar de forma eficaz.
5. Em termos de progressão, como evolui o teu papel desde que entraste? Há marcos claros ou depende mais da tua iniciativa?
A progressão tem acontecido de forma equilibrada e alinhada com o meu percurso. Depende da minha iniciativa, claro, mas também do contexto dos projectos e das oportunidades que vão surgindo. Não é um caminho sempre linear, mas o mais importante é que existe uma estrutura que te guia e te permite crescer. O trabalho de cada pessoa é valorizado e há reconhecimento quando damos um passo em frente, o que motiva muito e dá confiança para continuar a evoluir.
6. Se tivesses de explicar a um amigo qual é a verdadeira diferença entre trabalhar na Blip e noutra empresa de tech, o que dirias?
Na Blip levamos a tecnologia a sério: há rigor técnico, boas práticas e preocupação com a qualidade do trabalho. Mas o que realmente marca a diferença é o ambiente colaborativo e seguro. Existe uma cultura muito forte de entreajuda e feedback, e aprender com os outros acontece de uma forma muito natural. Também tens liberdade total para trabalhar onde fores mais produtivo/a, seja em casa ou no nosso escritório no coração do Porto, que é incrível e tem uma energia muito própria.
7. Comparando com colegas que entraram directamente como juniores, sentes que o caminho trainee te deu alguma vantagem no desenvolvimento profissional?
Sem dúvida. O BeTa deu-me tempo e apoio essenciais para aprender de forma estruturada. Assim como um ciclo de estudos tem seu propósito, o período como trainee serviu para assimilar processos, fazer perguntas, errar e aprender com isso, num ambiente protegido. Também foi uma oportunidade para perceber melhor a cultura da empresa e criar relações, algo, que nem sempre é fácil de fazer quando se entra directamente como júnior.
8. Houve algum momento específico em que percebeste "ok, agora estou realmente a crescer como profissional"? O que aconteceu?
Provavelmente quando algum pedaço de funcionalidade feito por mim foi mesmo para produção. Percebi que tinha conseguido justificar as escolhas, prever riscos e entregar com qualidade. Foi aí que senti “ok, estou mesmo a crescer e a evoluir”.
9. Para terminar, que conselho darias a alguém que está a pensar candidatar-se ao Beta?
Só o processo de recrutamento já vale a pena: é pensado ao detalhe e proporciona uma experiência justa e com valor a quem se candidata. O estágio é um momento único na vida profissional, porque estás ali mesmo para aprender, sem pressões desnecessárias. O meu conselho é: não tenhas medo de errar. Aproveita esse espaço seguro onde é permitido (e recomendável), arriscar e aprender com os erros.