Categoria: Entrevistas

Conhece a diconium: como se constrói uma das melhores equipas tech em Portugal

Azure, AWS, dados em tempo real e LLMs. Rúben Paixão conta tudo sobre tecnologia, equipas e por que "boa fundação e curiosidade" é tudo.

Na diconium Portugal trabalham com dados, cloud e desenvolvimento de software para gerar impacto real na vida das pessoas. A empresa faz parte da diconium, uma organização global com mais de 30 anos e com mais de 2500 especialistas que integra o Grupo Volkswagen.

Com cerca de 200 colaboradores em Portugal, servem tanto o ecossistema Volkswagen como clientes de diversos sectores, desde o retalho à indústria. Como parte desta organização global, combinam a expertise local com o conhecimento internacional do grupo.

Para conhecermos melhor a empresa e o seu crescimento em Portugal, fomos falar com Rúben Paixão, Data Studio Lead na diconium Portugal.

1. Rúben, estás na diconium desde o início da operação em Portugal. Podes partilhar connosco como o teu percurso culminou na criação e liderança de uma equipa tão central como o Data Studio?

Entrei na diconium em 2017, numa fase ainda inicial da operação em Portugal. Comecei como Engenheiro de Software e estive envolvido em diversos projetos no setor automóvel, em áreas de desenvolvimento Web e Mobile. Com o rápido crescimento da equipa, em 2019 tive a oportunidade de direcionar a minha carreira para a gestão, assumindo inicialmente a liderança, desenvolvimento e crescimento da equipa de Backend Engineering. Cerca de três anos depois, surgiu o Data Studio, criado para consolidar competências nas áreas de dados e cloud - com uma visão clara de apoiar tanto projetos do Grupo Volkswagen como clientes de outros setores, com quem também colaboramos atualmente.

2. Para dar uma ideia concreta do trabalho do Data Studio, podes partilhar um exemplo de projetos e funcionalidades chave que a vossa equipa já desenvolveu?

Temos trabalhado em soluções de ingestão e processamento de dados em tempo real, criação de datalakes, plataformas analíticas e mecanismos de data governance. Estes projetos servem tanto unidades internas do Grupo Volkswagen como clientes externos em áreas como o retalho e a mobilidade, adaptando sempre as soluções ao contexto de negócio de cada cliente.

3. Os carros modernos geram enormes volumes de dados em tempo real. De que forma o vosso Data Studio transforma essa informação em produtos ou insights úteis para o negócio?

Transformamos estes dados em produtos analíticos, relatórios operacionais, e sistemas inteligentes de suporte à decisão. Esta lógica aplica-se não só à indústria automóvel, mas também a outras áreas onde dados em tempo real são críticos - como o e-commerce, o retalho ou área industrial - e onde temos vindo a desenvolver soluções igualmente robustas.

4. Vemos que usam tanto Azure como AWS. Qual foi a razão para a diconium decidir usar ambas e que desafios práticos isso traz para as equipas no dia-a-dia?

Trabalhamos com clientes que, por vezes, já têm infraestruturas definidas, seja em Azure, AWS ou Google Cloud. A escolha de múltiplas plataformas permite-nos adaptar-nos ao ecossistema de cada cliente ou à solução que faz mais sentido para cada projeto. O maior desafio é garantir que a equipa mantém fluência técnica em ambas, o que exige formação contínua e boas práticas comuns independentemente da cloud usada.

5. A tecnologia evolui rapidamente. Podes partilhar um exemplo de uma decisão de arquitetura que tomaram no passado e que, com o conhecimento de hoje, fariam de forma diferente?

Sim, claro. Num dos nossos projetos, optámos inicialmente por uma estrutura mais centralizada para gerir os dados. Na altura, fazia sentido porque o cliente e os seus sistemas ainda eram pequenos. Mas à medida que foi crescendo (tanto o cliente como os seus sistemas) e ficando mais complexo, percebemos que esse modelo criava alguns limites - tornava mais difícil escalar, manter e adaptar rapidamente. Com a experiência que temos hoje, teríamos escolhido logo uma abordagem mais distribuída (e.g. data mesh), com partes do sistema mais independentes entre si. Isso tornaria o projeto mais flexível e mais fácil de adaptar às mudanças.

Esta aprendizagem tem-nos ajudado a desenhar soluções mais robustas, tanto para clientes do Grupo Volkswagen como para outros setores com quem também trabalhamos.

6. Como está organizado o Data Studio e que tipo de perfis profissionais o compõem?

O Data Studio está organizado em 3 equipas: Data Engineering, Cloud Engineering e Data Analytics mas colaboramos diariamente, de forma muito próxima, com as outras áreas da diconium, desde Software Development (Backend e Frontend) a áreas de Quality Assurance, UX/UI, Product Owners, Scrum Masters, entre outros.

Esta 3 competências core aliadas ao modelo de colaboração da diconium permitem-nos participar em equipas de projeto multidisciplinares, garantindo a capacidade de desenvolver produtos data-driven que são cada vez mais importantes em qualquer empresa. Trabalhamos de forma colaborativa, com foco na autonomia e no impacto direto do trabalho - seja num projeto para a indústria automóvel ou num cliente de outro setor.

7. E como está estruturada a progressão de carreira de um engenheiro dentro dessa equipa, desde uma posição júnior até uma mais sénior?

A progressão de carreira é clara e baseada em competências técnicas, capacidade de entrega, colaboração e liderança. Independentemente do projeto, os engenheiros têm acesso a feedback regular, planos de desenvolvimento e oportunidades de crescimento. Valorizamos tanto a evolução técnica como o desenvolvimento de soft skills o que pode permitir aos nossos colegas crescer dentro das competências técnicas ou evoluir para uma área que liga tanto a área técnica como a gestão (de pessoas e projetos).

8. Para sermos totalmente transparentes com os candidatos, quais são os maiores desafios ou obstáculos que um novo engenheiro enfrenta nos primeiros seis meses no Data Studio?

O maior desafio é a diversidade tecnológica e de contextos de cliente. Trabalhamos com diferentes plataformas, linguagens e domínios de negócio - o que obriga a uma curva de aprendizagem acentuada. Mas isso também é uma grande oportunidade: rapidamente ganham-se competências reais e experiência com impacto direto.

9. O mercado tecnológico em Portugal está muito competitivo. Para além dos benefícios, qual é o principal fator, seja a cultura ou o tipo de projeto, que distingue a diconium na atração de talento de topo?

A nossa proposta de valor está na combinação entre projetos com impacto real e uma cultura de proximidade, flexibilidade e autonomia. Trabalhamos com grandes marcas, mas também temos espaço para inovação e iniciativa individual. Aqui, os engenheiros sentem que fazem parte da solução - e não apenas de um processo.

10. Quais são os grandes desafios técnicos ou os novos produtos que o Data Studio planeia desenvolver no próximo ano?

Estamos focados em alargar as nossas competências em AI e automação de dados, incluindo a integração de LLMs em pipelines analíticos. Além disso, queremos reforçar a nossa oferta para clientes fora do setor automóvel, com soluções mais orientadas à análise de comportamento digital, otimização logística e inteligência de negócio.

11. E para quem ficou interessado, como está estruturado o vosso processo de recrutamento para garantir que há um bom alinhamento técnico e cultural?

O nosso processo de recrutamento é direto, transparente e pensado para criar uma boa experiência para quem se candidata. Começa com uma conversa inicial com a equipa de Talent Acquisition, seguida por uma entrevista técnica e uma entrevista de alinhamento cultural.

Mais do que procurar especialistas numa tecnologia específica, valorizamos a solidez dos conhecimentos base, a capacidade de aprendizagem e o raciocínio técnico. Procuramos pessoas com boa fundação e curiosidade - sabemos que ferramentas mudam, mas bons princípios mantêm-se.

Orgulhamo-nos de dar sempre feedback, independentemente do resultado. Este compromisso valeu-nos o reconhecimento da Teamlyzer como a empresa com melhor qualidade de feedback no processo de recrutamento em Portugal. Acreditamos que o respeito e a transparência começam logo no primeiro contacto.

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