Entre dados e decisões: O dia-a-dia de um especialista de BI na Keyrus
Especialista em BI partilha experiência na Keyrus: transformação de dados, inovação em AI e oportunidades de carreira em consultoria de dados em Portugal.

Conversámos com Fábio Gomes, Senior Business Intelligence Consultant na Keyrus, uma consultora multinacional francesa que tem vindo a crescer no mercado português. Com 16 anos de experiência no mercado de BI e um sólido background técnico, o Fábio partilhou connosco os desafios de liderar equipas e o que torna a Keyrus única no panorama da consultoria de dados.
#1. Para os nossos leitores que ainda não conhecem a Keyrus, podes explicar em que consiste o vosso trabalho? Que tipo de projetos fazem?
Somos especialistas em Dados. Trabalhamos em conjunto com os nossos Clientes entregando soluções customizadas que irão transformar dados brutos em insights estratégicos, gerando maior eficiência e potencialmente geração de novos tipos de receita. Trabalhamos em projetos desde a estruturação de arquiteturas modernas de dados, até projetos com uso de Generative AI. Passando pela implementação de ferramentas de BI, migração e/ou integração de dados, além de projetos de consultoria estratégica onde identificamos a situação atual dos Clientes quanto à gestão dos dados e propomos um roadmap de evolução para que consigam extrair o máximo potencial dos seus dados.
#2. Na prática, como funciona a arquitetura dos vossos projetos de dados? Que stack tecnológica privilegiam e que ferramentas emergentes estão a explorar?
Somos agnósticos em relação à tecnologia a ser utilizada nos nossos projetos. A partir do entendimento das especificidades dos Clientes e mapeamento de sua situação atual, definimos em conjunto a melhor solução tecnológica a ser aplicada.
Como suporte para tais decisões contamos com mais de 50 provedores de software e toda a experiência de nossos consultores. Não obstante a este vasto portfolio, estamos sempre à procura de ferramentas que possam solucionar os problemas dos nossos clientes. Recentemente firmamos parceria com a Veezoo, uma ferramenta de BI que transforma a forma de interação dos utilizadores com os dados. Utilizando consultas em linguagem natural (NLQ), a ferramenta possibilita que os utilizadores realizem perguntas à ferramenta, sem necessidade de conhecimento técnico em SQL ou BI. Respondendo às perguntas de forma instantânea com visões claras sobre os dados, tornando as análises mais ágeis, além de eliminar a dependência de analistas de dados para consultas simples, acelerando a tomada de decisão.
#3. Como gerem projetos tecnicamente complexos? Podes partilhar um caso concreto de um desafio técnico significativo e como o ultrapassaram?
Nem sempre os maiores desafios são técnicos, por vezes o nosso maior desafio está em alterar o comportamento humano. Em alguns projetos a “reprogramação” no mindset tanto das equipas de IT quanto de negócio pode ser o maior desafio.
Esse foi o maior desafio que enfrentamos na implementação de um Data Mesh em um grande cliente do setor financeiro. A componente técnica sem dúvidas foi importantíssima para o projeto, mas a tecnologia por si só não iria garantir o seu sucesso. Para esse caso foi necessário fazer uma “reprogramação” no mindset tanto das equipas de IT quanto de negócio do cliente. Toda uma vida profissional trabalhando em um modelo centralizado da gestão dos dados teve de ser substituído por um modelo descentralizado. Trabalhar nessa mudança disruptiva, reensinar o cérebro humano a se comportar de forma diferente do que ele está acostumado foi um grande desafio para os nossos consultores.
#4. Com equipas distribuídas, como organizam o desenvolvimento? Que ferramentas usam para manter a produtividade e colaboração?
Utilizando metodologias ágeis e incentivando a comunicação aberta e transparente entre os membros da equipa. Além disso temos uma cultura que preza pela autonomia dos nossos consultores, que são responsáveis por suas tarefas e prazos, entendendo que o trabalho remoto exige flexibilidade e adaptação.
Internamente utilizamos como principal ferramenta de colaboração o Microsoft Teams e o OneDrive para gestão de documentos, e para gestão dos projetos utilizamos as ferramentas disponibilizadas pelos clientes, tais como: Jira, Confluence, Git, Zoom, Google Meet, etc.
#5. Como garantem qualidade técnica nos projetos? Que boas práticas de código, testing e deployment implementam?
Garantimos a qualidade técnica dos projetos utilizando as boas práticas de desenvolvimento, testes rigorosos e processos de deployment bem estruturados. Adotamos princípios como Clean Code e Design Patterns, garantindo um código claro, modular e escalável. Além disso, utilizamos versionamento com Git e revisões de código para assegurar a consistência e a colaboração dentro dos times.
A qualidade também passa por um forte compromisso com testes, incluindo testes unitários, de integração e de qualidade de dados, essenciais em projetos de gestão e governança de dados.
No deployment, seguimos uma abordagem baseada em Infraestrutura como Código (IaC). O monitoramento contínuo também é fundamental para garantir visibilidade e rápida detecção de problemas.
#6. Como é que a Keyrus apoia o desenvolvimento técnico das equipas? Que iniciativas têm para partilha de conhecimento e formação em novas tecnologias?
Temos frequentemente webinars sobre as tendências do mercado e as tecnologias emergentes, o que visa alinhar o entendimento sobre o que a empresa identifica como o futuro da cia em termos de projetos e clientes. Também são oferecidos cursos técnicos no KLX, onde temos a oportunidade de aprofundar as discussões realizadas nos webinars.
#7. Que desafios técnicos antecipam nos próximos anos? Como estão a preparar as equipas para essas mudanças?
Entendemos que a Inteligência Artificial é uma realidade, e será o grande desafio para os próximos anos. Nesse sentido estamos investindo massivamente em capacitação contínua dos nossos consultores dos mais diversos perfis.
Os principais desafios neste sentido estão relacionados ao aumento da complexidade da gestão dos dados; atenção máxima à conformidade da utilização dos dados com a regulamentação em vigor em diferentes países; garantia do desempenho e escalabilidade das soluções de Gen AI;
#8. Que recursos e comunidades recomendas para quem quer crescer na área de dados? Como te manténs informado?
Internamente temos o KLX, com um catálogo de cursos dos mais diversos tipos e níveis de conhecimento, e também temos nossos Webinars onde Keyrusianos de todos os países compartilham conhecimento entre si.
Além do oferecido pela própria Keyrus, no Linkedin participo de diversos grupos de discussão de assuntos à gestão de dados de uma forma geral.
Também estou sempre em contato com os colegas da Keyrus tanto de Portugal quanto de outros países para saber que tecnologias estão com alta demanda pelos nossos clientes e prospects, e me inscrevo em cursos técnicos em plataformas como Udemy, DataCamp, Linkedin ou o próprio KLX.
#9. Para quem está a considerar juntar-se à equipa, que perfis procuram? Em que projetos inovadores poderiam estar envolvidos?
Os nossos projetos hoje estão voltados cada vez mais para automação e inteligência artificial, seguindo a tendência mundial. Para além disso, nosso foco continua em soluções ágeis em projetos de dados, seja integração, migração, etc.
Os principais perfis que procuramos são Data Engineers capazes de trabalhar com mais de uma ferramenta de ETL e com experiência em diferentes Clouds, como Azure e GCP.
Mais do que candidatos especialistas em suas áreas, procuramos profissionais versáteis que possam se adaptar as tecnologias conforme necessidades dos projetos.
#10. Para terminar: como descreverias a experiência de trabalhar na Keyrus? O que distingue a Keyrus de outras consultoras em termos de ambiente de trabalho e desenvolvimento de carreira?
Dividiria essa resposta em duas visões, a primeira profissional e a segunda pessoal.
Profissionalmente falando, trabalhar na Keyrus é de longe a experiência mais rica da minha carreira. A pluralidade dos nossos consultores, que vem de diferentes países com diferentes culturas e diferentes formas de pensar sobre o mesmo cenário, “abriu a minha mente”. Ampliando a minha capacidade de entendimento dos cenários apresentados pelos nossos clientes, e por consequência, ampliando minha capacidade de entregas.
Do ponto de vista pessoal, é como se estivesse em casa. Onde todos sabem que sou pelo meu nome, não por ser o consultor com o perfil X, Y ou Z. A nossa liderança realmente se importa em saber como estamos, e estão sempre à disposição para ouvir e nos ajudar no que for possível.